Luis Fernando Silva:Prefeito Trabalhador!

Luis Fernando Silva:Prefeito Trabalhador!
Luis Fernando Silva:Prefeito Trabalhador!

Bumba-Meu-Boi da Mata Grande e Seu Histórico.


No início existia apenas um nome, Mata Grande, município de São José de Ribamar e nossa História de Bumba-Meu-Boi iniciou-se no ano de 1906 com o nome de “Boi Pastorador da Mata Grande " cujo primeiro amo foi o Sr. Secundino, esposo da Senhora Fausta que morava no povoado Santana e nossa primeira toada tinha este refrão: "Pastorador quando urra não esmurra, a terra treme, o mar balanceia, só parece aviador quando chegou na cidade dos alemães quando assentou."

Em 1907 teve o nome  "Pensador da Mata Grande."  e seu amo foi o Sr. Filomeno, afilhado do Sr. Barnabé, pai do Sr. Vitor Rodrigues Almeida, o qual é morador da Mata Grande e narrou o início de nossa História cantando inclusive, a toada da morte do Boi Pensador que dizia assim: "Pensador te ajoelhas, pede perdão que facada tão doida na veia do coração".

Em 1908 nosso Boi chamou-se "Brilho da Noite", nosso amo, ao tempo, era o Sr. Marciano que morava no lugarejo São josé dos ìndios, cuja toada vibrate dizia assim: " Brilho da Noite é garrote novo,  vem dando dando murradas e espalhando nosso povo".

Brincamos os anos seguintes com muita alegria e em 1912, O Sr. Ziquiel Cunha  foi o amo e responsabilizou-se pelo Boi sendo o então cantador, sua filha, a Srª Eugídia Cunha até hoje está em nossa comunidade e é carinhosamente de Ziloca.

Em 1940 seu cantador foi o Sr. josé Ribamar Rodrigues, o popular "Bacural" e nosso Boi chamaram carinhosamente de " Boi Respeitado da Mata grande.", nossa toada foi: " Na mata quebrou uma gaiola, no Santana um alçapão, prenderam o meu canário que não devia prisão, esta toada eu tirei para ver quem agüenta, este ano eu sou duro nesta era de quarenta”.

Em 1948 foi o “Boi Zolinador”, nosso cantador  germano da Mata e nossa toada: “Vem ver morena como está brilhando, isto são promessas que se faz de ano a ano, Zolinador ainda chegou na Mata  cavando  barreiras, torcendo moitas e desafiando”.

Continuamos brincando e em 1961, o Sr. Valdemar Rodrigues, conhecido como Vavá e Sr. Simplício, conhecido como Titiô, realizaram nossa brincadeira com o nome de “Boi Ensina a Fazer” para concorrer com o Boi da Maioba que era chamado de “Boi Aprendo a Fazer”, nossos amos eram Germano da Mata e Luis Costa. De 1962 a 1966, outros moradores deram continuidade à nossa cultura.

Em 1967 os moradores Albino da Silva, Orcino da Cruz, João Pedro e Antenor, assumiram a brincadeira até 1982 quando se juntou ao grupo o Sr. Adelson e nossa brincadeira chamou-se: “Bum-Meu-Boi Dominador da Ilha”, com os amos Luís Costa e Basílio. Neste ano, fatalmente ocorre um incidente  entre dois policiais - um civil e outro militar – por ocasião da Morte do Bum-Boi chegando ao óbito de ambos os Servidores Públicos. Tal fatalidade, ocorrida pelo confronto entre os dois, gerou pânico em todos os moradores da Mata Grande, pois, ambas as corporações culparam a comunidade e a brincadeira. Sendo que os causadores de tal evento foram os próprios policiais que se inflamaram em uma briga que teve como fato gerador, a disputa de autoridade entre ambas as corporações e o acaloramento pelo álcool.  Fazendo com que nossa, cultura tão amada não fosse levada adiante, visto que, ambas as corporações policiais intimidaram toda a população, diretores, brincantes,; o que causou pânico à todos, não ponderando o fato de sermos uma comunidade ordeira e tranqüila.

Nós, comunidade matense, berço cultural na ilha, nos sentiamos inseguros por quem deveria em tese, nos defender! E através desta intimidação, calaram-nos  e ao nosso folclore por vinte anos – de 1982 à 2002.

Até que em 2002 em um grande encontro cultural entre moradores que respiravam a cultura na comunidade  até então,  reuniram-se: Célia da Mata,  Albino Veloso, Socorro Rocha, Cristiano Veloso, Elcimar Veloso, Jacinto Ramos, Lourimar do Carmo, Mamédio, Raimundo nonato, Arinaldo Reis, Givanildo Machado, Edilson Veloso, dentre outros e ali na casa da cicerone, Célia da Mata, deu-se o manifesto  para o resgate de parte da cultura matense  através do Bumba-Meu-Boi da Mata Grande.

Em 2003 renasce a esperança e com o nome de “Bumba-Boi Renovador da Mata Grande”, levamos alegria á toda nossa gente, realizando diversas apresentações na comunidade e lugares vizinhos com nossos amos, Pedro Fartura, Mamédio e Raimundo nonato (Buião) e participação espacial de Denilson (Neto de Germado) e nossa toada gritou: “Terreiro da Mata eu cheguei, vou fazer bonito na festa de São João, eu recebi um convite e aceitei, me sinto feliz no meio da multidão, agora eu quero ver quem é Mata de coração, firme na tropiada vou guarnecer meu batalhão”.